sábado, 12 de junho de 2010

Dia dos Namorados!

E viva o amor!

Hoje é o dia mais romântico do ano. Dia que os casais apaixonados comemoram juntos os sentimentos que dividem diariamente. Como este blog é sobre casamento, nada melhor do que prestar uma homenagem ao Dia dos Namorados, data comercial, mas significativa. Até porque, gente, ainda somos namorados e queremos permanecer assim para o resto da vida, sempre com a essência que envolve um casal apaixonado.


Bem, comemorar o dia de hoje com programas especiais é uma tarefa difícil e pode virar um programa de índio. Afinal, restaurantes e motéis ficam sempre lotados. Mas, para mim, isso é para quem não tem criatividade. Nós ainda não sabemos exatamente o que vamos fazer, mas optaremos por um programa diferente durante o dia, talvez um café da manhã em um lugar diferente, um passeio por algum ponto turístico do Rio (aproveitando o Projeto Carioquinha), e à noite vamos preparar um jantarzinho a dois em casa mesmo. Achamos melhor assim. O romantismo é a gente que faz e pode ser simples.


Os presentes também terão que ser modestos e criativos porque quem vai casar não tem fluxo de caixa para coisas caras no Dia dos Namorados. Vamos apelar, então, para os presentes significativos, que são os meus preferidos.


E para marcar esse dia, vou deixar registrado aqui um poema do Drummond que eu amo e que define perfeitamente esse sentimento de estar enamorado. Parabéns a todos os casais por este dia e quem ainda não encontrou o seu amor, não desista, ele pode estar mais perto do que imagina.


"Quem nao tem namorado é alguém
que tirou férias nao remuneradas de si mesmo.
Namorado é a mais difícil das conquistas.
Difícil porque namorado de verdade é muito raro.
Necessita de adivinhaçao, de pele, de saliva,
lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.

Paquera, gabiru, flerte, caso, transa,
envolvimento, até paixao é fácil.
Mas namorado, mesmo, é muito difícil.

Namorado não precisa ser o mais bonito,
mas aquele a quem se quer proteger
e quando se chega ao lado dele a gente treme,
sua frio e quase desmaia pedindo proteçao.

A proteçao dele nao precisa ser parruda,
decidida, ou bandoleira:
basta um olhar de compreensao ou mesmo de afliçao.

Quem nao tem namorado nao é quem nao tem um amor:
é quem nao sabe o gosto de namorar.
Se você tem três pretendentes, dois paqueras,
um envolvimento e dois amantes,
mesmo assim pode nao ter namorado.

Nao tem namorado quem nao sabe o gosto da chuva,
cinema sessao das duas,
medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Nao tem namorado quem transa sem carinho,
quem se acaricia sem vontade de virar
sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Nao tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade.

Namorar é fazer pactos com a felicidade
ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.

Nao tem namorado quem nao sabe o valor de maos dadas;
de carinho escondido na hora que passa o filme;
de flor catada no muro e entregue de repente;
de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou
Chico Buarque lida bem devagar;
de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada;
de ânsia de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô,
bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Nao tem namorado quem nao gosta de dormir agarrado,
fazer sesta abraçado, fazer compra junto.
Nao tem namorado quem nao gosta de falar do próprio amor,
nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro
dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.

Nao tem namorado quem nao redescobre a criança própria
e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d'água,
show do Milton Nascimento, bosques enluarados,
ruas de sonhos ou musical na Metro.

Nao tem namorado quem nao tem música secreta com ele,
quem nao dedica livros, quem nao recorta artigos,
quem nao chateia com o fato de o seu bem ser paquerado.

Nao tem namorado quem ama sem gostar;
quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar.
Nao tem namorado quem nunca sentiu o
gosto de ser lembrado de repente no fim de semana,
na madrugada ou meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais.

Nao tem namorado quem ama sem se dedicar;
quem namora sem brincar;
quem vive cheio de obrigaçoes;
quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Nao tem namorado quem confunde solidao com ficar sozinho.
Nao tem namorado quem nao fala sozinho,
nao ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você nao tem namorado
porque nao descobriu que o amor é alegre
e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos,
ponha a saia mais leve,
aquela de chita e passeie de maos dadas com o ar.

Enfeite-se com margaridas e ternuras
e escove a alma com leves fricçoes de esperança.
De alma escovada e coraçao estouvado,
saia do quintal de si mesmo
e descubra o próprio jardim.

Acorde com gosto de caqui
e sorria lírios
para quem passe debaixo de sua janela.

Ponha intençoes de quermesse em seus olhos
e beba licor de contos de fada.
Ande como se o chao estivesse repleto de sons de flauta
e do céu descesse uma névoa de borboletas,
cada qual trazendo uma pérola falante
a dizer frases sutis e palavras de galanteria.

Se você nao tem namorado
é porque ainda nao enlouqueceu aquele pouquinho
necessário a fazer a vida parar
e de repente parecer que faz sentido.
Enlou-cresça."

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